Bolet?n de la Real $cademia; Gallega 211
CANCIONEIRO COLOCCI^BRANCUTI'
Como ? sabido, o c?dice, conhecido por este nome, foi casualmente
descoberto pelo professor Constantino Corvisieri, p?uco depois de
1875, perto de Iesi (Italia), na livraria do Conde Paulo Antonio Bran
cuti de Cagli, e depois estudado e copiado, na parte que completa o da
Vaticana, por Henrique Molteni, a quem a morte arrebatou na flor da
idade, oom 24 anos apenas, e que fora disc?pulo do grande fil?logo,
italiano, Ernesto Monaci, falecido em 1819, que, tendo dado ? estampa
em 1875 este ?ltimo cancioneiro, fez o mesmo em ;1880; ? copia do.
malogrado e esperan?osq mancebo. Provemlhe a denomina??o que
hoje tem do humanista Angelo Colocci, que no seculo xvi foi talvez o
primeiro que o estudou, e do ?ltimo possuidor. Das m?os deste passou
?s do mencionado professor Ernesto Monaci, primeiro por empr?stimo,
em maio de 1880, depois por compra, em 15 de fevereiro de 1888,
como ?le o declara numa nota, escrita a lapis azul pelo seu proprio
punho nas costas da capa de frente da encaderna??o, onde tamben se
acham uma gravura com um monge a folhear livros e a seguinte de
clara??o: Biblioteca Ernesto Monaci, lY1DCCCXLIVMCMXVIII.
Ap?s v?rias e demoradas negocia??es, entrou finalmente na posse da
Biblioteca Nacional de Lisboa, em 26 de fevereiro deste ano, o alme
jado manuscrito.
? ?le um grosso volume, constituido actualmente, depois da enu
mera??o de Molteni (1), por 355 folhas de papel, cada urna das quais
mede 0,28m de alto e 0,21m de largo. Tendo sido liso na sua ori
gem, foi depois regrado, mas s? na parte escrita, de modo a formar
duas colunas, separadas entre si por um espa?o em branco de 0,01m;
as margens teem esta medida: a superior. 0,03m, a inferior 0,04m,
a lateral esquerda 0,03m, a direita 0,06m; as linhas verticais, por?m
estendemse a todo o comprimento da folha; o espa?o destinado ? es
crita, isto ?, o das duas colunas, ? portanto de 0,13m, e o n?mero
total das linhas de 31 em cada folha de papel, que, a ajuizar das di
versas marcas de f?brica, parece provir, segundo Monaci, de Fabriano.
Houve descuido na enumera??o das cantigas, repetindose urnas
vezes os mesmos n?meros, outras colocandose sob um e mesmo n?mero
duas; muitas folhas deixaram de ser aproveitadas; a letra provem de
(r) Dalguns cadernos se v? ter havido comeos de outra mais antiga.